quarta-feira, maio 13, 2009

"Num tem buquinha pra falare?"

Às 20h00 chego a casa e estaciono na rua. Tudo normal. Às 20h30 saio de casa e vejo senhoras a enfeitar a estrada de flores. Vejo se tenho espaço para a manobra, entro no carro e ligo-o. O carro é a gasóleo e barulhento, mas ouço qualquer coisa do lado direito. Abro o vidro e ouço o demónio em corpo de mulher, a mardar vir:
- Num tem buquinha pra falare?
- Num tem buquinha pra falare?
- Num tem buquinha pra falare?
Ao que eu digo:
- Desculpe?
Falei outra língua, claramente. Educação não é língua que se fale na rua. A "coisa" esbafurida continuou a soltar palavras mas "foi arrumar os sacos" porque se não "eu não cunseguia passare".
Passei, bazei, suspirei. O que se passava eram as preparações para a procissão de velas, véspera de 13 de maio e tal.
Hoje diz o bispo:
"A peregrinação não é uma varinha mágica que soluciona todos os problemas."
Ó sr bispo! Anda a dar a missa mal dada! É que o people tá à espera que a procissão pague a tv-cabo!

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